Não só
destro a arte de montar, Leonardo - Uberlândia (MG) |
Quando Deus
fez o mundo, Glauber Scherer |
A
mulher toca o peão |
Se
beijo desse sapinho |
Meu
cavalo e minha mulher |
Tem
laranja grande, tem laranja miúda |
Minha
mulher e meu cavalo |
Meu
cinto é de couro, meu chapéu americano |
O
que é lobo a onça não come |
Eu subi num pé
de cana E desci de gomo em gomo Quem tem mulher bonita... Segura senão eu tomo |
Papagaio
come periquito |
Dizem que cavalo
americano é mustangue e brasileiro é pangaré. Quero ver peão americano ganhar rodeio na terra do rei Pelé. |
Lá
em casa eu ultimamente |
Mulher quando
é vadia Não indireita nem depois de morta É igual a lenha de furquia Depois de queimada até a cinza é torta... |
Meu
nome é Zé Capeta |
Bebo porque gosto Pra mim isso não é vício não é nada Só bebo pra ver se encontro No fundo do meu copo O vulto da mulher amada |
Se
mulher fosse dinheiro eu vivia pedindo esmola |
Passei a mão
na perna da véia Pensando que era a perna da fia Me desculpe minha senhora Mas perna de véia é cascuda E perna de moça é macia |
Bicho
atacou galinha |
Eu nasci em Itapetinga Interior da Bahia Amanso burro bravo Tomando cerveja fria Narrando festa de peão Caindo na folia Dinheiro eu ganho pouco Dá pra levar numa bacia |
De
dia eu planto milho |
Mulher para mim Não tem solteira e nem casada Comigo é assim Começa de noite e vara a madrugada |
Cavalo
pra ser forte tem que ser garanhão |
Quando eu te conheci
eu não fumava, eu não bebia Agora eu fumo e bebo da branca, da cinzenta e da amarela A pinga bate no fígado e rebate na moela Mas só bebo porque ainda tenho saudade dela |
Casa
de palha se eu fosse fogo queimava |
Já tive
nove mulheres, nove vezes fui casado Nove sogros, nove sogras, nove lar abandonado No dia nove encontrei nove caboclo Todos nove bem armado Nove tiros pra cima espantei nove cunhado Fiz isso tudo morena sá pra ficar do teu lado |
Meu
chapéu é de palha, meu chicote é de couro |
O açude
quando seca deixa lama no porão O fogo quando apaga deixa cinza no fogão O amor quando termina deixa um vazio no coração |
Eu
venho de muito longe |
As casadas largam
do marido As solteiras abandonam os pais Se de dia ela me amar De noite ela quer mais |
No
tempo que eu montava, bebia e fodia, meu dinheiro rendia |
Nasci lá
na cidade, mas na cidade não fiquei Fui tocar boiada no estradão e tudo na vida eu deixei Conheci uma loira bonita e com ela eu namorei Mas a loira era valente e dela eu larguei Depois eu vi um morena bonita e com ela eu me casei |
Em
casa de ferreiro o espeto é de pau |
Morena bonita,
não me olha desse jeito, porque eu fico apaixonado Acabo perdendo o juizo e esqueço que sou casado |
Eu
sou paulista, deito tarde e acordo cedo |
A espora está
no boi, o chapéu está na mão O paulista é talentoso pra ser um campeão Seu estilo é perfeito, o rodeio é uma paixão É macho pra valer, pois jamais beijou o chão |
Mulher,
espírito do cão e alma do satanás |
Se um dia eu ganhasse
na Sena acabava meu sofrimento Trocaria o meu cavalo e também o meu jumento Compraria uma cadeia e jogava minha sogra dentro |
Onde
tem carniça tem urubu |
A semana tem 7
dias e eu tenho 14 namoradas 7 são solteiras e 7 são casadas. 7 são para o dia e 7 são pra madrugada |
Morena
me dá um beijo num lugar que não tem osso |
Moça Loira
bonita, o seu cabelo é bem comprido Saia comigo que maior fica o chifre do teu marido |
Quem
tem loira tem saudade |
O mundo pegou
fogo e o céu virou fumaça, Dinheiro o homem não tem e mulher não faz amor de graça, Então o que me resta é enfiar a cara na cachaça |
Morena
vem ser a azeitona da minha empada |
Mulher é
bicho do cão Faz xixi sem pôr a mão Briga sem ter razão Não faz amor no chão Mas faz a cabeça de qualquer peão |
Pra
fazer tudo que eu gosto não tem lugar e nem horário |
Quando estou preso
estou hospedado Quando estou solto estou vigiado Nasci no lugar errado Pois estou aqui por engano Mas quando estou com a morena Deixo a loira por baixo do pano |
Morena
casa comigo que você não passa fome |
Existem três
coisas no mundo que o homem não come de colher Rapadura, melancia e perereca de mulher |
Da
galinha eu tiro a pena |
Eu nunca vi surdo
escutar, mudo falar e nem cego enxergar Mas já vi muita mulher pequena fazer homem grande chorar |
Minha
mãe teve três filhos, todos os três interesseiros,
|
Pra quem já
domou leão touro bravo é bezerro, só fico com mulher bonita e não vejo erro, só vou ficar com mulher feia depois do meu enterro |
Sou mel nas bocas das moças, um veneno pras casadas, sou tormento pros homens e um calmante pras desquitadas |
Não encosta
no meu carro, pois meu carro solta pó, encosta na minha casa pois sou solteiro e moro só |
Não
sei se devo, não sei se posso, te levar pra cama |
Morena bonita, passando em frente a sua casa vi sua calcinha na janela, vendo ela sem você, imaginei você sem ela |
Loira
do cabelo enrolado, encosta a bunda no carro branco e a xexênia
do meu lado |
Dizem que jovem
é outro papo, Mas os velhos que são de lascar, Os velhos só saem à noite se a lua clarear, Com os velhos não tem conversa é tico-tico no fubá, No vanerão eles fazem a velha correr doida e as novinhas sapatear |
Já viajei do Oiapoque ao Chuí, já domei onça pintada, fiz laço de sucuri, a mulher que fica no forró comigo passa quatro noites sem dormir |
Tenho dois amores nessa vida, sem haver traição, um dos amores eu trago no peito e outro no coração, sou duplamente apaixonado e muito bem amado e assim a minha vida rola, um dos amores é minha mulher e o outro a minha viola |
Boi arisco eu pego na corda até derrubar, tatu seguro no rabo não deixo ele cavar, porco pego na orelha e piso no calcanhar, morena eu beijo na boca, e loira onde ela deixar |
A pamonha é feita com sua própria palha e o cigarro com a palha da pamonha, gosto da mulher sincera, mas não rejeito uma sem-vergonha |
Gosto muito de churrasco, filé, picanha ou bisteca, mas a coisa que eu mais gosto é a carne de perereca |
No dia em que eu estou bravo e pego praia do cá, boi bato na cabeça, cavalo eu bato na pá, mulher bato no traseiro ou onde o pau pegar |
Minha
sogra não é mais feia por falta de espaço |
O que gosto nessa
vida digo sem medo de errar Beijar boca de moça até o beiço entortar Tocar berrante, fazer versos e nos touros montar Ir pra festa de Barretos porque lá é meu lugar |
O
melão é uma fruta rara, o homem que judia da mulher
brasileira não tem vergonha na cara |
Papaguaio come
periquito, periquito come a lacraia O bicho que o homem mais gosta a mulher esconde embaixo da saia O bicho tem barba que nem bode, ferrão que nem arraia e tem um buraco no meio onde a madeira trabalha |
Tatu mora no buraco, onça mora no mato, índio mora na aldeia, sangue escorre na veia. Oh, mulher, se seu coração fosse delegacia, eu vivia na cadeia. |
Há três
coisas na vida que meu coração odeia: cerveja quente,
boi doente, e mulher da gente Há também três coisas por quem meu coração palpita: cerveja gelada, boi na invernada, e mulher pelada |
Lá no alto daquele cume eu plantei um pé de roseira, matos no cume crescem, rosas no cume cheiram, quando vem a chuva fina, orvalho no cume cai. Lagartos no cume entram, abelhas do cume saem, quando vem a chuva grossa, no cume trás alegria, no alto o raiar do sol, o sol que no cume ardia |
Quem já
caiu no fogo uma brasa não é nada Quem já tomou chuva não tem medo de sereno Quem perdeu um grande amor desprezo é café pequeno Quem foi mordido de cobra não tem medo de veneno |
Morena,
se você soubesse, o jeito gostoso que a loura tem |
Pinga amarela
da cana torta Se por causa dela meu pai com a minha mãe morreram Se me matar pouco importa |
Não importa se é loura de cabelo liso, ou morena do cabelo cacheado, é só me dar um sorriso que eu já fico apaixonado Porque quando vejo mulher bonita, eu fico alucinado |
Carro sem roda
não anda Bêbado deitado não cai Chifre de corno não fura E cachaça pura não vai |
Eu subi no pé de cana, desci de gomo em gomo, não te quero por um dia, não te quero por um ano, te quero por toda a vida, porque você é a mulher que eu amo |
Pra quem não me conhece eu vou me apresentar. Eu nasci numa segunda-feira, na terça fui batizado. Na quarta matei um homem. Na quinta fui condenado. Na sexta eu tava preso. No sábado libertado. No domingo bebia cachaça. Eu, o povo e o delegado |
Na escola desse mundo eu não sou nenhum letrado, mas faço verso bonito e faço qualquer ditado, sou igual macaco velho, nuca dou o pulo errado, por isso não vou em festa quando não sou convidado |
Rodeio é festa de brava onde o cowboy não passa vontade, o batidão é forte e não tem hora pra acabar, tem muita moda boa e a gente vai aproveitar, enquanto tiver mulher, a festa não vai parar |
Minha mãe me disse filho pra eu deixar de beber, eu disse pra ela que só paro quando eu morrer, porque rodeio e mulher bonita não mandei ninguém fazer |
A festa do peão é um regaço, tem morena no pedaço e loura pra machucar, roda-roda que é rodeio, tem morena e tem loura pra beijar |
Vamos abaixar a poeira deste nosso sapateado, chegou a hora da gente dançar colado, porque aqui nessa festa o que não falta é mulher e homem apaixonado |
Quem me ver assim sorridente não sabe o que eu estou passando, o meu sorriso é triste, eu devia era estar chorando, mas o mundo é mesmo assim, enquanto um sorri, outro chora de dor, pois no mundo há gente feliz, mas noventa porcento sofre por amor |
Eu vou roubar uma moça de um ninho de serpente, ela quer casar comigo e a família não consente, já me mandaram um recado, tão armado até os dente, vai chover bala no mundo se nós topar frente a frente |
A pinga veio da cana, a cana veio da roça, o homem que tem duas mulheres, uma é dele e a outra é nossa |
Mulher bonita, comigo não tem graça, mulher que não esquenta, eu faço ela soltar fumaça |
Peão que é peão sobe no boi e não cai, quando subo na morena ela só geme ai ai |
Mulher é que nem rapadura, mesmo sendo doce, ainda dá uma de dura |
Terra boa, daqui eu não saio mais, pra todo lugar que eu olho tem mulher boa demais |
Não sou adepto a arte de montar porém rodeio aprendi a amar, com meu jeito simples sigo a narrar. Minha escola foi o mundo, minha mala era um saco, meu cadeado é um nó, porém por onde eu passo nunca fico só. Informação a meu respeito, no rodeio é fácil de ser dada. Tenho dois lindos filhos e uma mulher amada. A minha casa não tem tramela, não tem tampa nas minhas panelas, mas a garganta está sempre afinada |
A paixão proibida é mais ou menos assim. Da loura eu quero um abraço, da morena eu quero um beijo. Depois eu quero as duas pra matar o meu desejo |
O sábado á noite é uma criança, deixa eu ser o seu brinquedo. Não sou eu que durmo tarde é o sol que nasce cedo |
Se o céu fosse uma arena, cada estrela seria um peão, o cometa seria um touro bravo e as nuvens seria o chão. Deus seria o juiz e o meu pai o sertão |
Canta o galo no terreiro, na selva manda o leão, o homem dentro de casa, no mar manda o tubarão, o sabiá manda na laranjeira e a festa de rodeio manda no meu coração |
Na Bahia eu como acarajé, no Pantanal eu vejo jacaré, o mundo tá perdido porque tem homem querendo virar mulher |
No lugar que tem jacú, inhambú passa e não pia, quem não sabe fazer verso não se meta na folia. Quem é bom já nasce feito, meu avô sempre dizia. Que o rato não faz festa no lugar que o gato mia |
Pintinho acompanhou pato, morreu afogado. Quem tem mulher bonita tem que andar ligado. Se marcar fica sozinho e o Ricardão acompanhado |
Sou filho do interior criado no estradão. No meio de homem valente e cavalo redomão. Hoje tudo é diferente tem a festa do peão. A gente leva pra cidade o que nós aprendemos no sertão |
O trem apita quando está chegando, a lenha chora quando está queimando, a vaca berra quando está cruzando e a mulher grita quando está amando |
Senta o velho boiadeiro, pra mim história eu contar, os anjos descem do céu e o povão agora nos vê falar. Pára o vento, esfria o sol, hoje é noite de luar. É no repicado da viola que a festa não pode parar |
Mulher, a minha vida hoje é sofrer por tudo que aconteceu. Eu já bebi, eu já fumei, meu coração não te esqueceu. Cruzei serra e desci morro montado num lombo de um potro. Cheguei pra ti dar carinho, te encontro nos braços de outro |
Quatro coisas no mundo que o meu coração tormenta: cavalo trotão, moleque chorão, casa desteienta e mulher ciumenta. Mas pra tudo no mundo se dá um jeito: cavalo trotão breganha, moleque chorão apanha, casa nós enteia e mulher ciumenta dorme na feia |
Eu recebi uma carta, veio de outra cidade. Dois gramas de papel pra mil quilos de saudade. A minha esperança é verde e a saudade não tem cor. A esperança não mata as saudades de um grande amor |
Vai começar a festa maior. Sai de baixo e fica encima, que é do chão que sai o pó Põe os dedos na cintura pra bater o pé sem dó. Segura a morena do lado, pois cowboy não fica só. Vem pra festa de rodeio que assim fica melhor |
Eu vou tomar umas pingas e digo a vocês. Quem experimenta cachaça pega o vício e a embriaguês. Porque cachorro que toma, ouve mulher que faz amor uma vez. Não existe doutor no mundo que dê conta desses três |
Nesse
mundo maluco de peões e animais A vida e o rodeio se fundem
feito água com gás |
Leão que pensava em me pegar perdeu a pata, cobra que pensava em me picar sumiu na mata, cachorro que pensava em me morder ficou sem dente, feiticeiro que pensava em me matar ficou doente. Feiticeiro tá morrendo, cão desapareceu, cobra ficou sem veneno e leão sem patas morreu |
A minha mulher pra me prender, fez uma oração. Ou ela não sabe rezar direito, ou reza sem devoção |
Pra voar, é segredo, mas não uso avião. Ando sobre a água sem canoa. Mas, na hora do vanerão, eu procuro a coroa |
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Se água fosse cachaça Um ribeirão eu beberia Se amar fosse pecado No inferno eu viveria Pra conquistar esta morena Quanta besteira eu faria Se minha mulher me largasse Me perguntaram se eu choraria Não choro nem por minha mãe Para que chorar por porcaria |
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De um lado o meu sogro, e de outro o meu cunhado Na frente um sargento, atrás um soldado Me levaram pro altar, com o pulso algemado Estavam no casório um juiz e um delegado Dessa vez não teve jeito, acabei mesmo casado |
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Um quarto de arroz e um terreiro de galinha Uma nega véia e também uma neguinha Uma vaca magra e também uma bezerrinha Mas meus amigos minha sorte mudou Deu caruncho no arroz e gambá nas galinhas Sarampo na nega e catapora na neguinha A vaca foi pro brejo e atolou a bizerrinha A fazenda de meu sogro faz divisa com a minha. De presente de casamento ele me deu o que eu não tinha. Com essa fazenda fiquei rico de repente. Casei com a fazenda e ganhei a moça de presente. Eu chego em casa eu entro pela porta da sala e saio pela porta da cozinha. Dou um cheiro na minha mulher e um beijo na minha vizinha... |